Marcela Argollo
REVOLUÇÃO MULHER 4.0
A mulher atual passa por grandes desafios na vida. Pois estamos ainda engatinhando no processo de transformação e aceitação da mulher na sociedade. Até 1932, a mulher não podia nem exercer o direito de voto e utilizava o CPF do seu marido. Ela não tinha voz. Sim era forte, e SEMPRE foi!! Mas tinha que se calar, tinha que suportar tudo aquilo pois a sociedade não dava espaço para elas. Em 1968, cerca de 400 ativistas do Women’s Liberation Movement resolveram queimar seus sutiãs como forma de protesto. Como acredito que tudo na vida tem efeito inicial pendular, e quanto ao movimento feminista não vejo de maneira diferente. Tínhamos uma sociedade super restrita, com a mulher tendo um papel totalmente secundário e calado, porém por trás, sendo a fortaleza da casa. Passamos então para a mulher mostrando a sociedade que realmente ela é forte através da entrada dela no mercado de trabalho e do seu empoderamento! Mas e se essa mulher quer constituir uma família e ter filhos? Como então fica a equação? Ela não fecha! Pois a mulher tem apenas 2 braços, não consegue tomar conta de tudo!! Ela não consegue ser a executiva fora da curva (até porque a mulher precisa mostrar muito mais no trabalho que é capaz do que o homem), a mãe exemplar e a mulher perfeita (esqueci do tempo para ela mesma)! Isso é algo IMPOSSÍVEL, digo já de antemão. Nós não conseguimos fazer tanta coisa com tanto afinco. Pois para fazemos algo bem feito ou nos dedicamos somente a aquilo (Foco), ou conseguimos ter um equilíbrio em todas as áreas (para mim o mais indicado para qualquer área da vida). Se somos mãe full time, em algum momento da vida isso vai pesar, o ninho vazio vai chegar e você vai parar para pensar e refletir que poderia ter tido uma carreira. Pois viu que a vida passou e que talvez você não conseguiu contribuir como gostaria para a sociedade (como já dizia o ditado: o trabalho engrandece o homem). Do outro lado, se somos full time executivas, deixamos de lado algo que eu julgo importante, a educação dos nossos filhos. Não conseguimos ver e acompanhar o crescimento deles!! É aquele velho ditado do cobertor curto!! Mas também vejo que o momento atual é sim das mulheres é de mostrar que tem total capacidade para ocuparem cargos executivos dentro das organizações. Pois ela possui skills os quais o homem ainda está em processo evolutivo de desenvolvimento. E então? Qual seria a melhor opção para a mulher 4.0? A melhor não existe. Existe qual a ideal para VOCÊ! Qual você entende ser interessante levando em consideração seus valores e prioridades. Para mim, Creio que no momento atual que vivemos, necessitamos exercitar nosso poder de relacionamento interpessoal e entender que tudo são parcerias, divisões de tarefas e equilíbrio. Necessitamos ter ambos! Para meus valores pessoais, a mulher precisa constituir uma família, pois é nela que ela tem o alicerce de um parceiro de vida e da criação dos filhos (acredito que sozinho vamos mais rápido, porém juntos vamos mais longe). Mas também precisa de uma carreira. Algo que ela faça e que veja como proposito de vida e de alguma forma ajudar a sociedade em que vive. Para este cenário tornar-se realidade, todos precisam parar para pensar um pouco e entender que precisam ceder e se adequar (começar a desenvolver o skill de cooperação). A escola tem que começar a entender que ela terá que apoiar um pouco mais no quesito educacional das crianças. Claro que a educação não será a função e obrigação da escola, porém ela terá papel fundamental em parceria com os pais para a execução dessa tarefa. As babás da mesma forma! Terão que ter um pouco mais de qualificação no quesito entendimento comportamental de uma criança. As empresas, precisarão exercer o skill EMPATIA e trabalhar para o início da jornada de mudanças organizacionais que farão com que a mulher consiga exercer de maneira equilibrada, os seus diversos papeis na sociedade. Não é sustentável ter uma política de atingimento de metas sem pensar no ser humano em si e nas suas condições de vida. Creio que os maridos também não vão ficar de fora dessa. Eles precisam começar a refletir que não são os únicos provedores da família, e que agora terão também um papel ativo dentro de casa e na educação dos filhos. Desta forma teremos relações duradouras pois elas têm como alicerce o ganha-ganha, o equilíbrio.
